As exportações brasileiras para a China aumentaram 29,9% em agosto em comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto as vendas para os Estados Unidos caíram 18,5% no primeiro mês da tarifa de 50% imposta pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (4).
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações para os Estados Unidos somaram US$ 2,762 bilhões em agosto, uma forte queda na comparação anual. De janeiro a agosto, no entanto, as vendas para o mercado americano ainda apresentaram crescimento de 1,6%, para registrar US$ 26,576 bilhões.
Por outro lado, as compras brasileiras dos Estados Unidos cresceram 4,6% em agosto, atingindo US$ 3,994 bilhões. De janeiro a agosto, as importações totalizaram US$ 29,97 bilhões, um aumento de 11,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Em relação à China, principal parceiro comercial do Brasil, Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, explicou que a forte expansão em agosto se deve à recuperação dos preços após meses de queda.
"Estamos observando uma recuperação, um aumento significativo nas exportações para a China, que vinham caindo ao longo do ano principalmente devido a fatores de preço", observou Brandão.
No acumulado do ano, as vendas para a China ainda apresentam queda de 3%, explicada pela queda de 7% nos preços, apesar do volume exportado ter crescido 3%.
Além da China e dos Estados Unidos, o Brasil registrou queda de 11,9% nas exportações para a União Europeia em agosto. Em contrapartida, houve aumento para o México (43,8%), Argentina (40,4%) e Japão (7,6%).
No geral, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, inferior ao saldo positivo de US$ 7,075 bilhões de julho. O resultado foram exportações de US$ 29,861 bilhões e compras externas de US$ 23,728 bilhões.
De janeiro a agosto de 2025, o superávit atingiu US$ 42,812 bilhões. As exportações totalizaram US$ 227,58 bilhões, representando um aumento de 0,5% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 226,54 bilhões).
As importações totalizaram US$ 184,77 bilhões nos primeiros oito meses do ano, um aumento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 172,91 bilhões).