O Instituto de Oceanologia do Mar do Sul da China, da Academia Chinesa de Ciências, informou recentemente que, desde meados de julho, o departamento ambiental estacionado no Recife Yongshu, nas Ilhas Nansha, em conjunto com pesquisadores do Centro de Pesquisa Integrada de Ilhas e Recifes da Academia (Centro de Ilhas e Recifes), vem monitorando de forma contínua a presença do dugongo, espécie classificada como de primeira classe de proteção nacional, nas águas costeiras do Recife Yongshu.
Segundo a CNS, o dugongo é o único representante vivo da família Dugongidae, pertencente à ordem Sirenia. Por sua postura de fêmea amamentando o filhote no colo, é chamado popularmente de “sereia”. Trata-se de um dos mamíferos marinhos mais antigos do mundo, distribuído principalmente em águas rasas do Oceano Índico e do Pacífico Ocidental. Classificado como espécie vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), esse herbívoro marinho, que pode atingir três metros de comprimento, desempenha papel crucial na manutenção da saúde dos campos de ervas marinhas, pois sua alimentação estimula a renovação das plantas e sustenta a biodiversidade dos habitats. O dugongo é um animal sob proteção de primeira classe na China. Em 2008, o último registro no continente chinês foi de um exemplar encontrado morto em Dongfang, província de Hainan. Em 2022, a espécie foi declarada funcionalmente extinta ao longo da costa continental chinesa.
De acordo com o instituto, em 8 de julho deste ano, patrulheiros ambientais da guarnição do RecifeYongshu avistaram pela primeira vez um “grande peixe” emergindo para respirar ao sudoeste da ilha. Ao longo de quase um mês, a atividade do animal continuou a ser monitorada na região. Nos dias 2 e 3 de agosto, tanto patrulheiros quanto cientistas estacionados na ilha conseguiram observá-lo de perto duas vezes, registrando também imagens de sua presença.
Após análise dos registros por biólogos marinhos da Academia Chinesa de Ciências, os pesquisadores Qin Geng e Li Songhai confirmaram que se tratava de um dugongo, a mesma espécie considerada funcionalmente extinta na costa continental chinesa.
Em 11 de agosto, pesquisadores do Instituto de Oceanologia do Mar do Sul da China, do Instituto de Ciências Ambientais do Sul da China, da Universidade de Tecnologia de Guangdong e de outras instituições observaram novamente um dugongo na superfície do mar. Foi o primeiro registro contínuo da espécie nas águas do Recife Yongshu nos últimos seis meses, após avistamentos de outros animais protegidos, como a tartaruga-de-pente e a tartaruga-verde. A descoberta não apenas preenche uma lacuna na distribuição de espécies na região, como também representa o primeiro registro, em quase 30 anos, de um dugongo vivo nas Ilhas Nansha e na região central do Mar do Sul da China com comprovação científica por imagens. Embora o dugongo costume viver em pequenos grupos familiares de dois a três indivíduos, ainda não se sabe por que este apareceu sozinho na área, um comportamento que seguirá sendo acompanhado por pesquisadores.
O pesquisador Song Xingyu ressaltou que os recifes de coral, os campos de ervas marinhas e as áreas de desova nas praias formados no Recife Yongshu oferecem habitats diversificados que sustentam a vida marinha e comprovam o desenvolvimento saudável e contínuo do ecossistema das ilhas e recifes do Mar do Sul da China.
Segundo informações, a descoberta só foi possível graças ao sistema de monitoramento conjunto e de longo prazo, voltado para a segurança dos recifes, construído pelo Instituto de Oceanologia do Mar do Sul da China em cooperação com o departamento ambiental da guarnição local. O responsável pelo Centro de Ilhas e Recifes afirmou que a cooperação entre as duas partes será aprofundada para reforçar a vigilância e o estudo do ecossistema marinho das ilhas e recifes do Mar do Sul da China, oferecendo subsídios científicos à proteção integrada dos ecossistemas terrestre e marinho.