A Conferência Mundial de Robótica 2025 aconteceu recentemente em Pequim, junto à Exposição Mundial de Robótica 2025, reunindo mais de 200 empresas de destaque, nacionais e internacionais, e apresentando mais de 1.500 produtos. O evento foi um verdadeiro espetáculo tecnológico: enquanto, de um lado, uma apresentação ainda estava em andamento, do outro já começava uma partida de futebol; havia robôs jogando xadrez, preparando panquecas, fazendo coquetéis e tocando instrumentos musicais.
Essas máquinas disputam espaço para conquistar um lugar no cotidiano moderno. Com os pavilhões lotados, alguns visitantes assistiam movidos pela curiosidade, enquanto outros travavam conversas técnicas com especialistas. O clima era de entusiasmo e interação constante.
Segundo a CNS, o tema desta edição foi “Tornando Robôs Mais Inteligentes, Tornando Agentes Incorporados Mais Inteligentes”. No estande da Leju Robot, o destaque foi o mais novo modelo da empresa, o KUAVO 4PRO, que encantou o público ao executar movimentos de tai chi chuan com notável fluidez. De acordo com o vice-presidente da empresa, Ke Zhendong, a demonstração envolvia diversas mudanças de centro de gravidade e movimentos complexos, como se equilibrar em apenas uma perna, o que exige alto nível de estabilidade e coordenação por parte do robô.
Ke Zhendong destacou que o objetivo não é apenas impressionar: os robôs devem ser úteis e realmente capacitar diferentes setores. Atualmente, os robôs da empresa já são utilizados em cenários industriais para transporte e triagem, embalagem de produtos, instalação de grampos; em serviços comerciais, como recepção e orientação, perguntas e respostas por voz; e até em tarefas domésticas, como organizar objetos e limpar mesas.
Ele explicou que a empresa está constantemente melhorando a inteligência e a eficiência das máquinas: “A versão atual, em determinados cenários, já alcança de 40% a 50% da eficiência humana. No software, coletamos grandes volumes de dados para alimentar modelos de inteligência incorporada, otimizando processos; no hardware, atualizamos constantemente mãos robóticas e baterias. Este ano, esperamos aumentar a eficiência para 70% a 80%.”
Com o avanço da tecnologia, os robôs não apenas executam “trabalho pesado”, mas também tarefas delicadas. No estande da suíça ABB, dois braços mecânicos balançavam seis taças de vinho cada, enquanto um terceiro passava rapidamente entre elas sem derramar uma gota. O diretor do Centro de Pesquisa Corporativa da ABB na China, Zhang Jiafan, explicou que a demonstração foi realizada com o novo controlador OmniCore e três robôs industriais IRB 1300. A precisão da trajetória chega a menos de 0,6 mm, e a velocidade, a 1600 mm por segundo. “Isso prova que a nova geração de robôs consegue combinar alta precisão com desempenho de velocidade excepcional.”
A empresa também desenvolveu um sistema de aprendizagem sob medida - a solução de IA “Follow me” - que, com base em algoritmos e modelagem rápida de movimentos, permite que o robô registre a forma como o operador manipula ferramentas e converta isso em operações robóticas. “Essa tecnologia permite que o robô ‘evolua’ continuamente e se torne mais inteligente, especialmente útil em produções de baixo volume e alta variedade”, afirmou Zhang.
“Passar de um serviço mecânico para uma resposta preditiva proativa é um marco importante na evolução dos robôs”, disse Zu Yang, funcionário do estande da Beijing Yunji Technology.
O segredo da empresa para transformar robôs de operadores isolados em colaboradores coordenados é o sistema de aplicação de agentes inteligentes HDOS (Sistema Operacional Digital de Hospitalidade). Ele integra todo o ciclo: percepção do ambiente, compreensão de intenção, tomada de decisão, execução autônoma e feedback em circuito fechado. Zu exemplificou que, em um hotel, antes, um robô executava apenas tarefas simples como entrega de objetos; agora, graças ao sistema, pode coordenar-se com outros robôs, integrar-se ao sistema de gestão, acionar autonomamente elevadores, equipamentos e funcionários, além de compreender linguagem e semântica de forma mais avançada, analisar múltiplas tarefas em tempo real, dividi-las e criar o plano de cooperação mais eficiente.
“Quando os robôs passam a compreender expressões e contextos, ou quando a tecnologia é capaz de ‘se colocar no lugar do outro’, é exatamente o tipo de avanço que buscamos”, afirmou Zu Yang.