A mais de dez mil quilômetros do Brasil, na cidade chinesa de Yiwu, o empresário brasileiro Claus Malamud escolheu sua nova casa. Aos seus olhos, Yiwu não é apenas a base em termos de carreira, mas também o porto seguro da sua vida. "Esta cidade é segura, organizada e eficiente, com ruas limpas e serviços convenientes. Moro aqui sozinho, mas nunca me sinto solitário", comentou.

Ele fez muitos amigos na China. "Eles me fazem sentir acolhido e com um senso de pertencimento. A China é como minha segunda pátria". Segundo ele, no mundo inteiro, não há outro país como a China, que lhe permite fazer negócios com tanta tranquilidade, eficiência e continuidade.

A história de Claus Malamud na China começou em 2001, enquanto ele iniciou a importação de produtos da China para empresas brasileiras. Desde têxteis até eletrodomésticos, ele percorreu diversas bases de fabricação na Província de Zhejiang, no leste da China.

"Naquela época, tudo era desconhecido para mim, mas a China me deu espaço para cometer erros, aprender e crescer." Desde então, ele viajou mais de 40 vezes entre Brasil e China. Três anos atrás, ele decidiu fixar residência em Yiwu.

"Yiwu é uma janela para o comércio global, a capital dos pequenos produtos que conectam a China ao mundo," afirmou. Ele fundou sua própria empresa, atendendo clientes não só no Brasil, mas também em países da África, Austrália e outros.

Quanto à nova tarifa imposta pelos EUA ao Brasil, Claus Malamud disse: "Essas mudanças podem ser vistas também como oportunidades. Quanto mais incerto estiver o cenário global, mais precisamos buscar parcerias estáveis e confiáveis. Para mim, a China é esse parceiro de confiança a longo prazo."

Ele acredita que as perspectivas para a cooperação comercial entre China e Brasil seguem promissoras. "A China tem potência produtiva, enquanto o Brasil é fornecedor de matéria-prima e mercado consumidor. Espero que essa parceria continue crescendo com base em respeito mútuo, inovação e geração de valor para ambos os lados."

Ao longo de mais de 20 anos, Claus Malamud testemunhou o salto da China em infraestrutura, capacidade industrial e desenvolvimento tecnológico. "Da captação de pedidos à entrega, a velocidade e a eficiência da China superam em muito outros países. Além disso, há flexibilidade para personalização de produtos. Isso facilita desde pequenos empreendedores até grandes redes a operarem com eficiência", acrescentou ele.

Atualmente, ele planeja expandir ainda mais seus negócios, oferecendo mais suporte logístico e tecnológico para empresas brasileiras que querem ter um braço fixo na China. "Não sou político, nem diplomata, mas quero ser uma ponte, para que a confiança e a cooperação entre China e Brasil se concretizem em ações reais."

Para ele, diferentes culturas são como dois instrumentos musicais - cada um com sua melodia única, mas que podem tocar em harmonia na mesma sinfonia. Ele acredita que são justamente essas diferenças e fusões que formam a base duradoura e profunda das relações sino-brasileiras.

"Não importa como o cenário global mude, eu continuo escolhendo a China", disse ele.