Um rebanho de gado é fotografado em Koldeneng, no Distrito de Gongliu, na Prefeitura Autônoma Cazaque de Ili, Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, em 2 de agosto de 2025. (Xinhua)
John Coles, diretor-geral de uma agência de viagens com sede em Londres, disse que já tinha ouvido muitas coisas, às vezes bastante negativas, da mídia ocidental sobre a Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, antes de visitar a região pela primeira vez. "Mas, para mim, uma das grandes emoções de viajar é ver tudo com meus próprios olhos".
E o que ele viu contrariou todas as manchetes.
De vastas pradarias a montanhas cobertas de neve e desertos arrebatadores, as paisagens de Xinjiang deixaram Coles muito impressionado. "A verdadeira surpresa", observou ele, "foi a paisagem alpina nas montanhas. Parecia algo da Suíça ou das Montanhas Rochosas do Canadá".
Conforme sua jornada avançava, Coles se sentia atraído não só pela natureza, mas também pela forte presença histórica da Rota da Seda. "Muitos turistas europeus e ocidentais são fascinados pela Rota da Seda, sua história e seu romantismo como rota comercial", explicou ele. "Mas ela transportava mais do que mercadorias. Levava ideias".
Em cantos remotos da região, ele encontrou cidades antigas em ruínas, que ainda contavam histórias do passado. "São lugares incríveis e escondidos", disse ele. "Cidades abandonadas, cheias de história, esperando para serem descobertas".
Mas o que mais o surpreendeu foi o ritmo das mudanças contemporâneas. De infraestrutura de ponta a enormes parques eólicos espalhados pela paisagem, Coles ficou impressionado com a escala e a velocidade do desenvolvimento. "O tamanho das turbinas eólicas era quase inacreditável. A transformação está acontecendo muito rápido".
Mulher usando traje étnico ajusta acessórios de cabeça de uma colega artista durante atividade em comemoração ao Festival das Irmãs Miao no Distrito de Taijiang, província de Guizhou, sudoeste da China, em 12 de abril de 2025. (Xinhua)
Ele também falou sobre a receptividade que vivenciou. "Andei livremente pelos bairros. Essa foi uma das partes mais encantadoras da viagem, pude realmente viver a experiência por mim mesmo".
Coles já havia estado na China. Duas décadas atrás, quando trabalhava no setor de aviação e vivia em Cingapura, ele visitava o país com frequência. Na época, ele disse: "Sair de Cingapura rumo à China foi como voltar no tempo". Mas as coisas mudaram. "A infraestrutura é impressionante. As pessoas são educadas e acolhedoras. A transformação superou muito minhas expectativas".
Coles contou essas reflexões em um encontro sobre experiências de viagem realizado em Londres no sábado, organizado pelo Escritório Nacional de Turismo da China em Londres. Cerca de 20 viajantes britânicos se reuniram para trocar histórias sobre as surpresas e descobertas que viveram na China.
Alex Outhwaite visitou a província chinesa de Guizhou e a Região Autônoma Zhuang de Guangxi em maio. Ela disse que foi sua primeira vez na China e uma experiência inesquecível. "Visitamos muitas aldeias tradicionais dos povos Miao e Dong, e o que mais se destacou foi o orgulho que as pessoas têm de sua cultura e a generosidade com que a compartilharam conosco", disse ela.
O grupo conheceu a música e a culinária locais e até participou de uma partida amistosa de futebol com moradores. "Vimos turistas nacionais e estrangeiros aprendendo juntos sobre música, dança, arte e vestimentas tradicionais. Foi uma verdadeira imersão cultural", disse Outhwaite.
A diversidade também a impactou. "Não apenas em termos de paisagem, embora as formações cársticas fossem impressionantes. Mas também o contraste entre a tranquilidade do campo e as luzes das cidades".
Foto aérea de drone tirada em 30 de julho de 2025 mostra pessoas na ponte da Torre Jiaxiu em Guiyang, capital da província de Guizhou, sudoeste da China. (Xinhua)
O fotógrafo Anok Deb mostrou um vídeo da província de Guizhou que já ultrapassou 500.000 visualizações on-line. "Eu viajava sozinho e conheci muitos moradores locais", disse ele. "De certa forma, me apaixonei pela China. Foi surpreendente, pois eu não falava a língua nem cresci na cultura, mas me senti em casa. Não vejo a hora de voltar".
Para alguns, a experiência teve um significado mais pessoal. Hari Krishna Daggubaty levou para casa uma boneca Miao tradicional para sua sobrinha, achando que seria apenas uma lembrança diferente. "Mas ela imediatamente me disse que era uma boneca Miao". Daggubaty descobriu depois que ela tinha aprendido isso no TikTok.
Para Emily Grace Lymath, hoje especialista sênior em Ásia em uma agência de viagens sob medida, retornar a Guangxi, na China, foi uma viagem nostálgica. De 2012 a 2014, ela ensinou inglês em uma universidade local. Foi até convidada para um casamento tradicional por um de seus ex-estudantes. "Todos estavam muito animados".
"Sempre que volto à China", acrescentou ela, "fico surpresa com a velocidade com que tudo se desenvolve".
Nicola Clare Armstrong, que também morou e trabalhou na China, contou que passou a viagem recente ensinando outras pessoas a usar pagamentos por celular. "Na China, se você tem uma ideia, pode colocá-la em prática. Você só precisa de um QR code", disse ela.
Ela lembrou das conversas com vendedores de rua, refletindo sobre como os pagamentos digitais se tornaram mais do que uma forma de compra. "Eles são a chave para acessar o financiamento necessário para levar seu negócio ao próximo nível".
Uma das coisas que ela mais gostou na China foi sua diversidade. "De vilas verdejantes nas montanhas às animadas ruas da cidade, cada parte do país tem algo novo a oferecer", disse ela.