Jovens e a tendência de “pequenos negócios”
发布时间: 1753444141512 来源:China Youth Daily 评论:0 发布时间: 1753444141512

Não dá pra dizer que é um grande negócio. São meias antiderrapantes para ioga ao estilo “dopamine dressing”, elásticos de cabelo maiores pra quem tem muito volume, capinhas de celular com desenhos que traduzem o jeito como veem o mundo… A maioria desses jovens começou a empreender assim, percebendo uma necessidade própria. Os negócios são pequenos: se venderem 100, 200 unidades em dois dias, já consideram que bombou.

Segundo reportagem do China Youth Daily, publicada em Pequim, esses jovens estão deixando de ser apenas “jogadores individuais” para se tornarem gestores de suas próprias marcas. Alguns faturam 100 mil yuans por mês; outros amargam prejuízos, mas como o investimento inicial é baixo, não chegam a perder tudo. Assim, delineiam um caminho leve para o empreendedorismo: aproveitam a estrutura fabril da China para transformar nichos de consumo em negócios sustentáveis.

Donos de fábricas já perceberam que esses jovens empreendem com poucos recursos e muita personalidade. Desde 2023, pedidos que antes eram considerados “insignificantes” começaram a surgir para um fabricante de brinquedos em Dongguan: encomendas pequenas, exigentes em personalização, com designs inusitados, mas com margens de lucro generosas. “Agora são os jovens que estão mudando as regras para os donos de fábrica”, afirmou ele.

Zhao Qingqiu se formou na Academia de Moda de Pequim e logo conseguiu um emprego bem remunerado em uma empresa em Xiamen, um cargo estável e respeitado aos olhos dos pais. Mas, olhando para trás, percebeu que, apesar do bom salário, o trabalho oferecia pouco espaço para crescimento e quase nenhuma liberdade. “Não queria passar a vida inteira como funcionária”, contou, ao decidir pedir demissão.

“Não queria perder minha vontade própria.” Zhao sempre gostou de desenhar, retratando suas percepções e cenas da natureza em cadernos, sentada em bancos de parques, florestas ou à beira-mar. Um dia, enviou seu projeto de formatura a uma fábrica, que o imprimiu no verso de uma capinha de celular. Levou o produto a um festival de arte e vendeu tudo. “Alguns disseram que viam o ciclo da vida, outros, um sonho magnífico.” A aceitação foi total.

Na mesma época, sua amiga Jing Saisai também havia deixado o emprego numa instituição educacional e estava desempregada havia meses. Os pais deram um ultimato: ou se sustentava, ou cortariam o apoio financeiro. As duas decidiram tentar empreender. Zhao percebeu que os jovens estão cada vez mais dispostos a investir pequenas quantias em coisas que despertam uma sensação de felicidade. A capinha de celular é um bom exemplo disso.

“Dinheiro não é algo vulgar. É o que dá base pro nosso controle sobre a própria vida”, disse Zhao, que encontrou propósito na sensibilidade e na criação. Já Jing foi mais direta: “Empreender não é ficar pensando demais, é fazer acontecer”.

A designer de moda Lin Xiao, após ser demitida de uma empresa de roupas infantis, começou a criar calças jeans e saias para os bonecos colecionáveis LABUBU. As roupas eram feitas à mão, com acessórios comprados diretamente de fábricas, afinal, bonecos também “precisam” de mochilas e óculos escuros. Com o sucesso mundial da figura, seu trabalho se transformou em empreendimento. Hoje, Lin cria de acordo com seu gosto pessoal, sem se preocupar com tendências ou demandas do mercado.

Com os brinquedos colecionáveis chineses fazendo sucesso mundo afora, internautas estrangeiros correm para vestir seus LABUBUs com vestidos em “tons de goiaba” e mochilas transparentes cor-de-rosa recheadas com balas.

Além de roupas para bonecos, capinhas, pulseiras e adesivos também enchem os carrinhos de compra. São produtos curiosos, que ultrapassam barreiras linguísticas e culturais, chegando a consumidores ao redor do mundo.

A jovem Xiang Chongyang, por exemplo, criou meias de ioga ao estilo “dopamine dressing”. “Roupas a gente usa para os outros verem. Já as meias, usamos para nós mesmos”, diz.

Com a meta de diferenciar sua linha e elevar o padrão das meias, Xiang quer mudar a imagem tradicional da indústria de exportação.

Desde o início, planejou vender para o exterior, de olho nas altas margens do comércio internacional. Após pesquisa, identificou que o mercado de meias para ioga já é saturado, mas o de meias para corrida está em ascensão e ainda pouco explorado.

Com isso, conseguiu convencer diversas fábricas a aceitar seus pedidos pequenos. Mas mantém os pés no chão: sabe que, por ser um negócio com investimento baixo, a barreira de entrada é baixa, a concorrência é grande e os riscos, altos. Ainda assim, segue confiante: “Sempre dá pra encontrar um nicho onde dá pra ganhar algum dinheiro”.

责任编辑:辰子
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