Que inspiração a “Rota do Chá” milenar pode trazer à “Rota do Café”?
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A exposição temática “A Grande Rota do Chá”, promovida conjuntamente pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, já percorreu a China e o Brasil. Recentemente, a professora Natacha Rena, da UFMG, escreveu um artigo para a coluna WE-TALK, analisando a cultura do chá chinesa sob a perspectiva brasileira.

“Muita gente me pergunta: o Brasil não estava na grande rota do chá, por que essa exposição veio para cá? É verdade, o Brasil é o maior produtor mundial de café, e Minas Gerais é a região mais importante do país nesse setor. No entanto, sou fascinada pela cultura do chá da China e pela Rota do Chá”, afirmou Natacha Rena.

“Quando estudamos a cultura do chá, não estamos pesquisando ‘a cultura dos outros’, mas buscando, dentro do patrimônio comum da humanidade, elementos que nos ajudem a compreender a nós mesmos. A cultura do chá expressa como a China promove as relações entre pessoas e culturas. O chá faz bem à saúde física e mental, e é um veículo essencial para a comunicação afetiva. É uma tradição milenar muito especial. Tenho certeza de que a cultura do chá está profundamente enraizada no cotidiano chinês, contribuindo para formar um povo unido e atento à essência da vida. O chá representa uma força vital”, disse Natacha.

“Sou apaixonada por chá. Mais do que dizer que amo a cultura do chá chinesa, diria que admiro profundamente a cultura chinesa como um todo, e observo com interesse o papel que a China desempenha na construção de um ‘novo mundo’, em que o Sul Global possa enfim prosperar.” Nos últimos cinco anos, Natacha Rena e sua equipe de pesquisa publicaram em coautoria com o grupo do professor Liu Xiaohu, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, diversos artigos sobre a Grande Rota do Chá. As pesquisas vão desde a proteção da antiga rua Yangloudong até o impacto da cultura do chá na morfologia urbana. Desde 2021, ambas as instituições desenvolvem estudos conjuntos sobre a “Rota do Chá e a Rota do Café”, tendo publicado seis artigos em periódicos SSCI/SCI e recebido destaque no Fórum Global de Patrimônio Cultural 2024 do ICOMOS.

O chá e o café são as bebidas não alcoólicas mais amplamente consumidas no mundo. Sua produção e comércio impactaram significativamente os territórios dos países produtores, tornando-se vetores de desenvolvimento e intercâmbio cultural e deixando vastos legados. Estudar essas duas rotas culturais tem grande importância: uma atravessa a China, Mongólia e Rússia, que é a Grande Rota do Chá; a outra, a Rota do Café no Brasil, compreende uma rede de estradas e cidades fundamentais para o cultivo, transporte e exportação do café. A comparação de dados relacionados a ambas (como moeda, transportes, religião, urbanização e patrimônio) permite analisar políticas e projetos de proteção do patrimônio rodoviário e seu impacto no desenvolvimento regional. O objetivo central é revelar as estratégias adotadas pelo Sul Global para preservar e utilizar de forma sustentável essas rotas culturais e produtivas, compreendendo seu posicionamento e contribuição para a proteção de patrimônios similares em todo o mundo.

Para Natacha Rena, os estudos conjuntos entre instituições do Brasil e da China sobre a Rota do Chá e a Rota do Café têm potencial para aproximar comunidades, famílias, amigos, colegas e até gerações, além de fomentar os laços culturais e econômicos entre os dois países. “As novas diretrizes de desenvolvimento da China, voltadas à construção de uma civilização ecológica, são mais visionárias do que as políticas de contenção impostas pelo ‘Norte Global’ ao ‘Sul Global’. O princípio de que ‘águas limpas e montanhas verdes são tão valiosas quanto ouro e prata’ mostra a sabedoria chinesa em nunca dissociar natureza e cultura. Agora, com novas propostas para enfrentar as mudanças climáticas, a China oferece inspiração. Temos muito a aprender com ela.”

Os países do Sul Global podem explorar paradigmas próprios de proteção do patrimônio, distintos da narrativa ocidental dominante. Segundo Rena, a proposta da Iniciativa Cinturão e Rota oferece ao Sul Global uma oportunidade de compartilhar valores, riquezas e desenvolvimento por meio de projetos de infraestrutura interconectados. A iniciativa acelera uma nova forma de cooperação geopolítica não hegemônica, promove relações de ganho mútuo e rompe com a hegemonia discursiva do Ocidente, abrindo caminho para a diversidade de modos econômicos e produtivos, desenhando uma visão de mundo multipolar e avançando rumo à construção de uma comunidade de destino compartilhado para a humanidade e de uma civilização ecológica.

责任编辑:辰子
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