Em 27 de maio, pessoas seguram cartazes durante um protesto na Universidade Harvard, em Boston, Massachusetts, em apoio a estudantes internacionais. O governo dos Estados Unidos cancelou quase US$ 3 bilhões em bolsas federais de pesquisa para Harvard e, na semana passada, decidiu revogar sua capacidade de matricular estudantes internacionais. (Foto: AFP)
Beijing instou Washington a proteger os interesses de estudantes internacionais em meio a relatos de que o governo dos Estados Unidos havia suspendido o agendamento de novas entrevistas para candidatos a visto de estudante.
"A China acredita que a cooperação educacional e o intercâmbio acadêmico não devem ser interrompidos", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, na quarta-feira (28).
Mao fez a observação, após a imprensa estrangeira noticiar que o governo dos EUA está considerando exigir que todos os estudantes estrangeiros que se candidatam a estudar nos EUA passem por uma verificação nas redes sociais e, em preparação para a verificação, está ordenando que as embaixadas e secções consulares dos EUA suspendam o agendamento de novas entrevistas para esses candidatos a visto.
A porta-voz afirmou que a China está acompanhando o desenvolvimento atual, que ocorre dias após o governo americano revogar a permissão da Universidade Harvard para matricular estudantes internacionais. A revogação foi temporariamente bloqueada por uma ordem judicial.
"Instamos os EUA a proteger os direitos e interesses legais e legítimos de todos os estudantes internacionais, incluindo os da China", acrescentou Mao.
Em entrevista ao China Media Group, no dia 28 de maio, um funcionário da embaixada dos EUA em Beijing afirmou que a embaixada não recebeu informações relevantes e que os pedidos de visto e as entrevistas estão ocorrendo normalmente.
Um estudante chinês de 20 anos, que está cursando ciência da computação em uma universidade americana, disse que a medida relatada não afetará seus estudos nos EUA, pois ele já possui um visto de estudante de longa duração.
No entanto, aqueles que atualmente estão se candidatando a cursos em universidades americanas podem se sentir ansiosos com a mudança, disse ele, acrescentando que os EUA não são tão receptivos a estudantes internacionais como costumavam ser.
De acordo com um relatório divulgado recentemente pelo New Oriental Education and Technology Group, uma empresa de educação da China, os EUA são o segundo país mais popular para estudantes chineses que pretendem estudar no exterior há seis anos consecutivos.
No entanto, o governo americano intensificou a repressão aos estudantes internacionais este ano, inclusive cancelando abruptamente seu estatuto legal.