O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou no dia 15, durante uma coletiva de imprensa regular, que, para facilitar ainda mais os intercâmbios entre cidadãos chineses e estrangeiros, a China decidiu ampliar sua lista de países com isenção de visto. A partir de 1º de junho de 2025 até 31 de maio de 2026, será implementado, em caráter experimental, um regime de isenção de visto para cidadãos com passaporte comum do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai.
Segundo a CNS, Lin Jian afirmou que cidadãos desses cinco países portadores de passaportes comuns poderão entrar na China sem necessidade de visto para fins de negócios, turismo, visitas a familiares ou amigos, intercâmbios ou trânsito, desde que a permanência não ultrapasse 30 dias.
Lin acrescentou que a China continuará promovendo uma abertura de alto nível ao exterior, lançando novas medidas para facilitar os intercâmbios. “Recebemos de braços abertos os amigos estrangeiros para que aproveitem bem as políticas de isenção e facilitação de visto, venham mais à China, conheçam o país e vivenciem sua riqueza cultural vibrante e calorosa.”
De acordo com o jornal Xinmin Evening News, de Xangai, mesmo antes da entrada em vigor da política, o mercado de turistas da América do Sul já demonstrava grande potencial. Dados do site Trip.com indicam que, desde o início de 2025, as reservas para turismo receptivo quase dobraram em relação ao mesmo período do ano anterior. As reservas da Argentina aumentaram 168%, enquanto as do Brasil e do Chile cresceram mais de 80%. Zheng Xueda, diretor de turismo receptivo da Spring Tour, observou que, embora os turistas sul-americanos representassem menos de 5% do total devido à distância geográfica e aos custos de transporte, os dados do primeiro trimestre de 2025 mostram um sinal positivo: houve um aumento expressivo no número de viajantes de negócios vindos do México e do Brasil, revelando uma forte sinergia entre viagens corporativas e turismo urbano. Visitas a empresas multinacionais e intercâmbios em parques industriais estão impulsionando um modelo integrado de desenvolvimento entre negócios e turismo cultural.
Diante dos benefícios da nova política, empresas de turismo e cultura estão lançando diversas iniciativas. A Spring Tour, com base em sua rede de filiais no exterior, desenvolveu pacotes direcionados de turismo industrial pela região do Delta do Rio Yangtzé, combinando ícones econômicos como a Zona de Livre Comércio de Xangai e o Parque Industrial de Suzhou com experiências culturais típicas da região de “cidades aquáticas”, incluindo visitas a empresas, oficinas de artesanato tradicional e passeios urbanos, uma proposta que oferece aos turistas sul-americanos uma experiência imersiva da economia chinesa e da cultura oriental. Já a Trip.com aposta na tecnologia para inovar nos serviços, com guias inteligentes multilíngues, integração de pagamentos transfronteiriços, e sediará em Xangai e Chengdu a conferência global de parceiros “Envision Festival 2025”, reunindo 3 mil convidados de 74 países para vivenciar murais de Dunhuang e cerimônias do chá, criando novos cenários de “decodificação cultural”.
Qin Jing, vice-presidente do grupo Trip.com, destacou que a isenção de visto é, em essência, um “catalisador do intercâmbio civilizacional”: quando a cerimônia do chá chinesa encontra o chimarrão argentino nos longtangs de Xangai, e os murais voadores de Dunhuang dialogam com as Linhas de Nasca do Peru em exposições digitais, a facilitação de vistos transforma distâncias geográficas em laços culturais. Os dados mostram que os turistas sul-americanos demonstram forte interesse por temas como medicina tradicional chinesa, patrimônios culturais imateriais e cidades tecnológicas. Por outro lado, o número de reservas de turistas chineses para roteiros na América do Sul aumentou mais de 120% ao ano, com destaque para aventuras ecológicas na Amazônia e expedições arqueológicas na Ilha de Páscoa, um intercâmbio bidirecional que comprova o “efeito químico” do diálogo entre civilizações.
A ampliação da isenção de vistos representa tanto a prática concreta da Iniciativa da Civilização Global proposta pela China quanto uma importante porta de abertura ao mundo. À medida que os efeitos da política se consolidam, ganha força um novo cenário de intercâmbio sino-sul-americano, baseado no turismo cultural como ponte, no comércio como fundamento e na civilização como essência. No futuro, quando mais turistas sul-americanos tomarem chá à beira do Lago do Oeste e mochileiros chineses visitarem as Cataratas do Iguaçu, o impacto da facilitação de vistos será sentido não apenas no crescimento dos números do turismo, mas também no fortalecimento dos laços humanos e no intercâmbio de civilizações.