Que códigos culturais do Oriente e Ocidente estão presentes no mundo vegetal?
发布时间: 1746764547259 来源:CNS 评论:0 发布时间: 1746764547259

As plantas não apenas fornecem sustento material à sobrevivência humana, mas também oferecem consolo espiritual. Na literatura e nas artes, as plantas, enquanto objetos de descrição ou sistemas de linguagem simbólica, refletem as diferentes percepções que as civilizações têm da natureza. Recentemente, Mu Jing, professora associada da Faculdade de Letras da Universidade Normal do Nordeste, concedeu uma entrevista exclusiva para decifrar quais códigos culturais do Oriente e do Ocidente estão presentes no mundo vegetal.

Mu Jing afirma que tanto na criação artística oriental quanto ocidental existe o culto às plantas. Na obra Shan Hai Jing (Clássico das Montanhas e Mares), a árvore Fusang é imensa, com nove sóis descansando em seus ramos inferiores e um sol em seus ramos superiores; o “Ju Ge Song” verde é o local de passagem do sol e da lua. Essas árvores sagradas participam do funcionamento do cosmos, sendo consideradas árvores do universo entre céu e terra. A veneração humana pelas árvores sagradas tem vários exemplos, como a Ficus religiosa na mitologia hindu, a árvore sagrada guardada pelos sacerdotes no Templo de Diana, registrada por James George Frazer em “O Ramo de Ouro”, e a árvore da vida e do conhecimento no Jardim do Éden da Bíblia.

Ao mesmo tempo, os humanos compartilham um temor pelas plantas. As plantas fornecem vida e têm um lado benevolente e sagrado, mas as florestas desordenadas e desconhecidas são também, no imaginário humano, habitat de feras, monstros e espíritos malignos, emanando medo e ameaça. Em obras como “Jornada ao Oeste” e “Contos Estranhos do Estúdio de Liao”, os locais onde deuses, fantasmas e demônios aparecem frequentemente são montanhas, campos e florestas densas. No Ocidente, na Epopeia de Gilgamés, a misteriosa Floresta de Cedros é guardada pela fera Humbaba, e diz-se que quem entra na floresta com descuido acaba se ferindo.

Há também grandes diferenças na maneira como Oriente e Ocidente percebem a relação entre homens e plantas. Os chineses enfatizam a união entre homem e natureza; na literatura, a técnica de criação “Qixing” (despertar a emoção através de metáforas) é a melhor expressão dessa filosofia. Em Shijing (Clássico da Poesia), no poema “Pequenos Odes do Reino - Huang Huang Zhe Hua”, as flores que cobrem as montanhas refletem o espírito alegre e otimista do emissário em missão. Diferentemente da integração entre homem e natureza, no Ocidente a vegetação é tratada como paisagem: observa-se e experimenta-se a planta como objeto, buscando uma imitação precisa. Pintores ocidentais recorrem à geometria, perspectiva, cor e luz para apresentar uma sensação tridimensional e realista intensa.

Mu Jing acredita que a preferência humana por certas plantas é influenciada principalmente por seu valor funcional e pelo modo de apreciação estética.

O valor utilitário das plantas é um critério fundamental para o conhecimento e definição das espécies. No início, o pessegueiro selvagem crescia amplamente na China; seus frutos eram arredondados e doces, tornando-se importante fonte de alimento, o que despertou o apreço do povo. Na literatura do período pré-Qin, as flores de pessegueiro simbolizavam beleza e prosperidade. Na literatura posterior, pessegueiros e flores de pessegueiro adquiriram múltiplos significados auspiciosos, e “A Primavera dos Pessegueiros” de Tao Yuanming tornou-se um clássico da literatura antiga chinesa. O carvalho, por sua solidez, grande porte, folhagem densa e longevidade, foi por um período a principal matéria-prima para construção de casas, navios e utensílios na Europa, ocupando posição importante no imaginário ocidental.

No aspecto estético, o Oriente valoriza os hábitos de crescimento das plantas e os associa a ideais morais; o Ocidente, por sua vez, concentra-se mais na aparência das plantas e nas metáforas derivadas de suas características formais.

责任编辑:辰子
网友评论

10 条评论

所有评论
显示更多评论