O sucesso da DeepSeek impulsionou Hangzhou como um polo de inovação, mas a cidade não é a única na China que busca se tornar um centro de inteligência artificial.
A CNS reporta que, segundo dados oficiais de Pequim, a cidade já conta com mais de 2.400 empresas de inteligência artificial, com o setor central alcançando um valor superior a 300 bilhões de yuans. Pequim estabeleceu uma estrutura completa para o desenvolvimento da cadeia industrial. O relatório de trabalho do governo municipal de Pequim deste ano mencionou que a cidade registrou e colocou em operação 105 grandes modelos de IA, mantendo-se como líder na China.
No campo da pesquisa, Pequim possui vantagens significativas, reunindo o maior número de laboratórios nacionais, centros de engenharia e especialistas em inteligência artificial do país, além de diversas instituições de inovação.
O diretor do Departamento Municipal de Economia e Tecnologia de Informação de Pequim, Jiang Guangzhi, afirmou que as empresas líderes da cidade estão acompanhando o ritmo da concorrência global. O próximo passo será focar na aplicação prática da tecnologia, promovendo a padronização de softwares inteligentes, assistentes virtuais e soluções inovadoras para ampliar seu uso.
No cenário da inteligência artificial, Shenzhen se destaca por saber como aplicar essa tecnologia.
Até o momento, a cidade lançou quatro listas de cenários de aplicação da iniciativa “Cidade + IA”, cobrindo áreas como governança urbana e serviços públicos, totalizando cerca de 200 aplicações. O objetivo é criar um ecossistema completo que integre serviços para cidadãos, empresas, operações urbanas e setores estratégicos.
Dados mostram que, até o final de 2024, o setor de inteligência artificial em Shenzhen deve atingir 360 bilhões de yuans, um crescimento anual de cerca de 35%, com mais de 2.800 empresas no ramo.
A empresa de IA Intellifusion, de Shenzhen, afirmou à CNS que a aplicação prática é essencial para o avanço do setor e que a cidade tem sido pioneira na criação de um ambiente propício para o desenvolvimento da inteligência artificial em tempo integral e em todas as áreas.
Outra grande impulsionadora do setor é Xangai. Em 2024, o mercado de IA da cidade ultrapassou 400 bilhões de yuans, crescendo mais de 7% em relação ao ano anterior.
Até o final de 2023, Xangai havia registrado 60 grandes modelos de IA generativa, ficando em segundo lugar na China. No entanto, a cidade lidera no número de registros de aplicações especializadas nesse segmento, com 68 modelos aprovados.
As autoridades de Xangai informaram que, neste ano, os investimentos se concentrarão em quatro áreas principais: a construção de um megacluster de computação inteligente independente, o desenvolvimento de um sistema diversificado de fornecimento de dados, a criação de um centro de treinamento virtual e físico de grande escala, e a aceleração da inovação em modelos de IA para setores estratégicos.
Além dessas metrópoles, várias outras cidades chinesas estão intensificando investimentos no setor de inteligência artificial e fortalecendo a infraestrutura necessária.
Hangzhou anunciou que, este ano, irá organizar e direcionar fundos existentes para políticas industriais, concentrando investimentos em novas e qualificadas forças produtivas. A cidade planeja aumentar o apoio a indústrias do futuro, como inteligência artificial geral e robôs humanoides, com o objetivo de cultivar mais empresas inovadoras, como DeepSeek e Unitree Robotics. Dongguan estabelecerá subsídios de até 50 milhões de yuans em “cupons de computação” para apoiar empresas de manufatura, empresas de software, universidades e institutos de pesquisa, que utilizarem plataformas de serviços de computação de inteligência artificial, tanto dentro quanto fora da cidade. Chongqing está acelerando a construção do Centro de Inovação em Computação Colaborativa do Oeste da China e da Plataforma de Coordenação de Potência Computacional do Oeste da China.
O acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia e diretor do Laboratório Pengcheng, Gao Wen, destacou que a China já possui capacidades para crescer no setor de IA em nível global. Ele enfatizou a importância da implementação do Plano de Rede de Computação da China, que busca tornar a computação tão acessível quanto a eletricidade, impulsionando ainda mais o avanço da inteligência artificial no país.