Recentemente, as populares séries chinesas “To the Wonder”, “Estação Brilhante”, “Um Desejo de Eternidade” e “Love Me, Love My Voice”, a nova animação “A História de Su Dongpo e Hangzhou”, e o documentário “China - Cerâmica de Yingjing”, foram destaque na Rio Creative Conference (Rio2C) no Brasil.
Segundo a CNS, como parte da conferência, o evento “Vendo a China: Cultura, Possibilidades de Negócios e Programas Audiovisuais Chineses” foi realizado no Rio de Janeiro. Quase 100 obras audiovisuais de mais de 20 instituições chinesas foram exibidas, atraindo mais de 200 profissionais de mídia latino-americanos.
A série “To the Wonder” foi amplamente elogiada. O produtor brasileiro Gustavo White comentou: “Impressionante, cada cena é uma paisagem”.
“‘To the Wonder’ é um milagre na história da criação de séries de televisão na China”, afirmou Leo Geng, vice-presidente sênior da iQiyi. Ele destacou que, ao contrário da tendência atual de séries mais longas, esta série, adaptada de ensaios narrativos, possui apenas 8 episódios. Para novas mídias ou canais de televisão, isso poderia levantar preocupações sobre impacto na receita de anúncios e assinaturas. “Mas, na verdade, a série combina tanto valor comercial quanto de crítica”, concluiu Geng.
A plataforma iQiyi lançou a versão em português em abril. Durante a apresentação, os profissionais de mídia da América Latina demonstraram grande interesse em saber se as plataformas de streaming chinesas produzirão conteúdo local na região e quais oportunidades de cooperação poderiam surgir. “Nosso primeiro passo é promover a cultura chinesa no Brasil”, afirmou Leo Geng. Ele exemplificou com “To the Wonder”, que retrata os choques, interações e fusões entre diferentes etnias e gerações no oeste da China, destacando não apenas as belas paisagens de Xinjiang, mas também suas envolventes histórias humanas.
No aspecto de localização, a plataforma Kwai já fez sua “estreia”. Desde que entrou no Brasil em 2019, o Kwai Brasil alcançou cerca de 62 milhões de usuários ativos mensais. Durante a apresentação, Claudine Bayma, diretora geral do Kwai Brasil, explicou como a plataforma se tornou um canal importante para a comercialização de produtos entre os dois países. “É preciso entender as necessidades dos brasileiros e integrar o pensamento chinês”, comentou. O sucesso da localização do Kwai é um exemplo positivo do encontro entre as culturas dos dois países.
Quase cem obras audiovisuais, incluindo dramas de época, trouxeram uma “brisa clássica chinesa” ao Rio de Janeiro. O diretor de animação brasileiro Romulo Ceira comentou sobre “A História de Su Dongpo e Hangzhou“, dizendo que “a narrativa é fluida e a trama é espetacular”, o que o inspirou muito e o deixou ansioso para explorar o mercado chinês.
“Os espectadores estrangeiros não precisam conhecer profundamente Su Dongpo; o importante é que os personagens e as histórias criem uma conexão emocional”, afirmou Samantha Wong, chefe da divisão global da Zoland Animation. Ela ressaltou que, ao levar a animação chinesa para o exterior, é essencial integrar a cultura tradicional chinesa e, ao mesmo tempo, atender às perspectivas de apreciação do público global.
Feng Bo, vice-diretor do departamento de intercâmbio internacional da CRTV, afirmou que a Rio2C é apenas o “primeiro passo”. Diversas obras audiovisuais chinesas de excelência serão exibidas aos espectadores brasileiros na plataforma “CB MEDIA” de setembro a novembro.
Feng Bo afirmou que o sistema industrial de tecnologia audiovisual da CRTV está em processo de aprimoramento, com novas tecnologias como em ultra-alta definição e produção virtual acelerando a transformação da criação e apresentação de conteúdo audiovisual. “A cooperação aprofundada entre China e Brasil em diversos campos de conteúdo e tecnologia audiovisual será mutuamente benéfica”, concluiu Feng.
Rafael Lazarini, presidente do comitê organizador da Rio2C, afirmou que as plataformas de streaming e novas mídias da China estão em pleno desenvolvimento, e que a qualidade e quantidade dos programas audiovisuais chineses são impressionantes. “Brasil e China possuem grandes grupos de pessoas dinâmicas e criativas, e esperamos que essa interação gere mais oportunidades de cooperação”, comentou.