Na era atual de coexistência de várias civilizações, diante da “dominância” da cultura ocidental, a pesquisa em sinologia na China valoriza cada vez mais a fixação de raízes culturais e a modelagem de uma forma cultural que engloba sensações modernas e históricas, para então reconstruir a confiança cultural. Por outro lado, os estudos de sinologia no Ocidente focam mais em política, filosofia, economia, linguística, sociologia e outras áreas interdisciplinares, tentando decifrar a China por completo. O sinólogo brasileiro Rogério Fernandes de Macedo conta sobre sua experiência de se envolver com a sinologia através das artes marciais chinesas como uma porta de entrada para a cultura chinesa, e traça a evolução dos estudos de sinologia no Ocidente, explicando as similaridades e diferenças entre as pesquisas de sinologia do Oriente e do Ocidente.
O primeiro contato de Macedo com a sinologia e a cultura chinesa veio através de filmes e romances de artes marciais chinesas. Para ele, as artes marciais são uma porta de entrada para a cultura chinesa, que inclui tradições culturais como cortesia, moralidade e espírito marcial. Mais tarde, ele aprendeu artes marciais com um mestre de Shandong, na China. Este mestre tornou-se seu professor e o inspirou no interesse pela cultura chinesa. Depois de entrar na Universidade Federal de São Paulo, ele leu o livro “História da Linguística Chinesa” do linguista chinês Wang Li, que despertou seu interesse em pesquisas de sinologia.
Macedo explica que a sinologia ocidental pode ser geralmente resumida em três fases: a fase primitiva da sinologia, a fase de origem da sinologia e a fase moderna da sinologia. Na fase primitiva da sinologia, com a propagação da religião pela Companhia de Jesus e a expansão colonial europeia, missionários ocidentais atravessaram os oceanos, iniciando um choque de pensamentos entre o Oriente e o Ocidente; na fase de origem da sinologia, no início do século XIX, o sinólogo francês Édouard Biot estabeleceu o primeiro curso sobre sinologia na Europa, marcando o nascimento da sinologia como uma disciplina formal no Ocidente; na era moderna, o sociólogo e sinólogo francês Marcel Granet mudou de rumo, ao invés de seguir a linguística pura, crítica literária e metodologias de pesquisa linguístico-literária contemporâneas, defendeu o uso da análise sociológica para estudar a sociedade chinesa, com mais ênfase em fatos objetivos.
De acordo com a pesquisa de Macedo, a pesquisa em sinologia na China geralmente começa com sua própria história e cultura, com livros de estudiosos chineses antigos e modernos renomados como base para seu campo de pesquisa. Quanto aos estudos ocidentais de sinologia, como mencionado por Wang Li, eles geralmente confiam em seus próprios sistemas de conhecimento e metodologias construídas, raramente considerando o contexto social específico e os fatos históricos da China. No entanto, os estudos ocidentais de sinologia também incluem alguns estudiosos que prestam atenção à pesquisa nativa da China e valorizam seus valores culturais tradicionais, recebendo assim o respeito e o reconhecimento dos estudiosos chineses.
Macedo acredita que a integração das culturas oriental e ocidental depende em grande parte da cooperação entre países, que é possível, mas não é fácil. Se a integração cultural for projetada para a comunicação entre escolas, empresas e outras instituições, será bastante viável, pois ambas as partes têm interesses comuns e seguem as regras de cooperação. Porém, a premissa de tudo isso é a necessidade de cada vez mais pessoas reconhecerem e entenderem a cultura chinesa.