O renascimento das roupas tradicionais: Como Oriente e Ocidente se inspiram mutuamente?
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A China, conhecida por nomes como “nação das vestimentas antigas” e “terra das cerimônias”, possui uma rica e milenar cultura do vestuário, que hoje está criando novas tendências na moda global. Nos principais centros da moda, como Itália e França, elementos da indumentária tradicional oriental seguem inspirando estilistas e consumidores. Como evoluíram as vestimentas tradicionais no Oriente e no Ocidente? De que maneira esses estilos podem se influenciar mutuamente na atualidade? O presidente da Associação de Comércio de Moda da Província de Shandong, Zhou Jin, discute sobre o tema.

Zhou Jin destaca que a transformação das vestimentas no Oriente e no Ocidente está profundamente conectada ao desenvolvimento cultural de cada civilização.

A cultura do vestuário chinês tem milhares de anos de história e está estreitamente relacionada aos costumes tradicionais. O cerne dessa tradição é a cultura dos rituais e das cerimônias, na qual diferentes ocasiões – auspiciosas, fúnebres, militares, diplomáticas e comemorativas – exigem vestimentas específicas. Além das roupas para cerimônias religiosas, tanto os trajes formais da corte quanto as roupas cotidianas seguiam padrões rigorosos, e as vestimentas variavam de acordo com as estações do ano, sendo usadas tanto por nobres quanto por plebeus.

Assim, o vestuário oriental reflete a filosofia da harmonia entre o céu, a terra e a humanidade. A teoria dos cinco elementos (metal, madeira, água, fogo e terra) corresponde às cinco cores principais (branco, azul, preto, vermelho e amarelo), enquanto as formas e estilos das roupas estão intimamente ligadas à rotação das quatro estações e ao ciclo dos doze ramos terrestres. Dessa forma, o vestuário chinês acompanha a passagem do tempo, refletindo o próprio significado da palavra “moda”.

A unificação da China pela dinastia Qin estabeleceu um padrão oficial para as vestimentas, que foi herdado e expandido pelos Han. Durante a dinastia Tang, as roupas eram amplas e imponentes; no período Song, tornaram-se mais simples e elegantes; na dinastia Yuan, refletiam a diversidade cultural das etnias nômades; na dinastia Ming, destacavam-se pelo esplendor e cores vibrantes; e, na dinastia Qing, integraram trajes das etnias montadas a cavalo, trazendo inspiração dos “Ritos de Zhou”. No início da República da China, a modernização da vestimenta chinesa levou ao surgimento do qipao reformado, que incorporava elementos do design ocidental em tecidos tradicionais. Atualmente, a moda tradicional chinesa se expressa por meio de diferentes estilos, como os Huafu (roupas inspiradas na tradição chinesa), o estilo Neo-Chinês e os tradicionais trajes Hanfu.

Os chineses utilizaram as cores e formas das vestimentas para estabelecer normas cerimoniais e culturais, participando assim da governança do país, o que tornou o vestuário uma parte essencial da identidade cultural de uma “China esplendorosa”. No Ocidente, o desenvolvimento do vestuário foi fortemente influenciado pelo conceito de “humanismo”, enfatizando a valorização do indivíduo e a busca pela expressão pessoal. As roupas ocidentais foram projetadas para realçar as linhas do corpo humano, destacando a beleza física e a individualidade. A evolução da moda ocidental pode ser dividida em quatro grandes períodos: a Grécia Antiga, a Roma Antiga, o Renascimento e a era da emancipação feminina a partir do século XIX.

Na Grécia Antiga (por volta de 2000 a.C.), as vestimentas consistiam principalmente em túnicas, muitas vezes decoradas com pérolas de vidro ou pedras preciosas, presas no ombro direito. No período da Roma Antiga (incluindo a era bizantina), os trajes continuaram sendo predominantemente túnicas, mas passaram a incorporar influências da seda e do bordado chineses como elementos decorativos.

Durante o Renascimento (séculos XIV a XVII), a moda europeia foi marcada pelo uso de trajes de baile elaborados, caracterizados por cinturas ajustadas e saias volumosas. No entanto, esse estilo impôs certas restrições às mulheres, especialmente devido ao espartilho, que apertava a cintura para realçar a silhueta.

A partir do século XVIII, a moda feminina entrou na era rococó, caracterizada pelo uso abundante de rendas e bordados. No entanto, após a Primeira Guerra Mundial, o surgimento de marcas como Chanel e Dior revolucionaram o vestuário feminino, libertando as mulheres das vestimentas rígidas e promovendo um estilo que refletia maior liberdade e dinamismo.

Zhou Jin afirma que as trocas culturais entre os trajes tradicionais do Oriente e do Ocidente são constantes. A Dior, por exemplo, incorporou a saia mamianqun como peça principal em sua alta-costura, enquanto a Hermès coleciona bordados das regiões de Yunnan e Guizhou, evidenciando a influência dos trajes chineses sobre as marcas de luxo ocidentais. Por outro lado, tendências como o estilo Chanel, os ternos estruturados e as rendas decorativas vieram da Europa e se popularizaram na moda chinesa contemporânea.

Tomando o Japão como exemplo, sua cultura foi profundamente influenciada pela China desde a antiguidade. O país não apenas adotou o sistema chinês do “ciclo sexagenário” para contagem de anos, também incorporou a teoria das cores e o sistema de vestuário chineses. A tradição japonesa de vestimenta tem suas raízes nos trajes da dinastia Tang, que, após adaptações e inovações locais, preservaram de forma relativamente completa a estética das formas e o esquema de cores dessa época. Além disso, as avançadas técnicas chinesas de tecelagem e tingimento de tecidos foram altamente valorizadas e transmitidas no Japão.

Desde a década de 1960, estilistas japoneses começaram a ganhar espaço no cenário internacional da moda. No início dos anos 1970, o Japão passou a exportar seus designs para eventos de prestígio, como as semanas de moda de Milão, Paris, Londres e Nova York. Ao longo de um extenso processo de intercâmbio global, o Japão desenvolveu uma estética única baseada na filosofia wabi-sabi, que valoriza a imperfeição e a beleza efêmera. No uso das cores, o país preservou a influência do sistema das cinco cores da tradição chinesa, mas adicionou características locais, criando uma paleta visual marcada por tons suaves, frescos e equilibrados, que se tornaram uma assinatura do design japonês.

Para a preservação e inovação das vestimentas tradicionais, é essencial valorizar o papel dos jovens, especialmente os entusiastas do hanfu e os novos designers de moda.

Zhou Jin destaca que os estilistas de diferentes países devem aprofundar-se na riqueza da cultura tradicional e, ao mesmo tempo, adaptá-la às estéticas contemporâneas e às demandas do mercado. Por meio do fortalecimento do intercâmbio e da cooperação internacional, é possível enriquecer o valor cultural e estético das vestimentas tradicionais, permitindo que elas brilhem com ainda mais singularidade e vitalidade no contexto da globalização.

责任编辑:辰子
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